sexta-feira, 6 de março de 2015

MEDITAÇÕES VIII



Se não houvesse manhã
para a cotovia cantar,
que ordem suprema teria
para compor seus versos?

Poderá a cotovia 
da noite fazer madrugada
se madrugada for tudo
o quanto tiver?

Certos mistérios iniciam-se
em abismos longos
e céleres derramam-se
sobre obscuras infinidades.

Na vez de compreenderes o mistério,
recebe-o em ti. Vive-o.
E canta o inominável
como o rouxinol louva o dia.



PBC.








(Fonte: ondeomeuolharseperde.blogspot.pt)

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