quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Chuva Oblíqua

Que fizeram eles a esta chuva
Que tão oblíqua cai,
Tornando difícil a conquista
De um guarida segura?

Não há árvore que dela proteja,
Nem arbusto denso o suficiente
Para esta chuva corrosiva
De proporções inimagináveis!...

Mas o sol ainda brilha, lá bem no alto,
Escondido pela ira de tais nuvens
E daqueles que se dizem Deuses
De um Olimpo de castigos implacáveis.

Que fizeram eles a esta chuva
Que mergulha aqueles em que toca
Num imenso sono desperto,
Que é a eficaz propagadora
De uma vontade controladora?

Só a elevação do olhar,
Para aqueles que conseguirem,
Será a protecção ideal -
Só a compreensão de um problema real
Se apresenta como solução.

Pois não existe um escudo tão forte
Quanto este ardiloso fenómeno,
Nem o furioso vento,
Nem o bravo pássaro que,
Sem destino, vai
Fugindo desta chuva
Que tão oblíqua cai.



(PBC - 2009).

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